domingo, 22 de agosto de 2010

O vermelho

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“Ah se pelo menos o pensamento
não sangrasse!
Ah se pelo menos o coração
não tivesse memória!
Como seria menos linda
e mais suave minha história!”
Cacaso

Olhamos-nos e não imaginávamos que o outro seria como um pedaço de nós mesmos.
Quando o amor vem, ele nos toca suave. Não anuncia o poder avassalador que tem. O poder de machucar, de aniquilar, de rasgar.
Entregar-se é perigoso, é um descuido. A felicidade nos chega com mais freqüência, mas a dor pode nos chegar com mais intensidade, com mais força!
Alguns morrem de amor ao idealizá-lo. Muitos morrem de amor ao dominar. Outros morrem de amor pela dor. Poucos têm medo de morrer.
Eu, Eu gosto é da morte.
Seu olhar me flecha. Sua voz me consome. Seu toque me corta. Seus lábios me envenenam com um doce que disfarça o meu gosto acre.
Mergulho em espinhos amaldiçoados pelo amor. Espinhos envenenados de prazer, um alegre prazer de viver. Quanto mais fundo descubro, mais o amor me faz prender o fôlego e buscar mais, me arranhar mais.
Minha alma só não está drogada dos padrões mórbidos e do cotidiano fúnebre, quando encontra a sua em meio a tudo isso. Parece que não vivo. Nosso amor transcende o que nomeei real.

Pintura:    Mauve, de Giovanni Boldini 

Alessandra Prado Rezende

terça-feira, 15 de junho de 2010

"Creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão" Nietszche


Ah... eu queria tanta coisa...
Eu queria, por exemplo, sorrisos.
Desses que vêm de dentro pra fora sem nenhum propósito... desses que expressão satisfação ou apenas bem-estar.
Eu queria elogios.
Desses que se dá sem querer outro em troca. Desses que não levam o estereótipo, como o de beleza ou outros determinados pela sociedade, em consideração. Ou desses que não incluem variação nenhuma do verbo “TER”.
Eu queria, também, o saber.
Desses que não precisamos pagar e que são essenciais para entendermos o mundo e todas as coisas, boas ou ruins. Desses que fazem de nós pessoas mais compreensíveis e toleráveis.
Eu queria ter menos medos.
Desses que nos impedem de realizar tantos sonhos. Desses que nos trazem angústias e diminuem nossas novas e boas perspectivas das coisas.
Eu queria ser rodeada de mais amor, sabe?
Desses amores indescritíveis e incondicionais. Desses que são o bastante por si só.... Não havendo necessidade alguma de dizer, seja por quaisquer meio, o quanto ele é grande, verdadeiro e perfeito.
Eu queria, ainda, mais conquistas.
Dessas que,de fato, trazem felicidade a longo prazo. Dessas que nos elevam o ego e nos fazem agradecermos por sermos nós mesmos.
Eu queria o humanismo.
Desses que, mesmo forçado, servem para ajudar outras pessoas. Desses que nos fazem mudar e passar a ver o outro sujeito ali na calçada como um ser dotado de dores, sonhos e sentimentos também.
Eu queria, para terminar, a felicidade.
Dessa que nunca consegui fazer parar para um chá, talvez. Dessa que eu só vejo passar... Até arrisco um cumprimento, mas ela está sempre ocupada para se dedicar a mim.

Alessandra Rezende

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Romantismo




Esconder o romantismo...

É uma forma de defesa de algumas mulheres.

Idealizar as pessoas, as relações, sonhar com o homem perfeito... por que não?
Mulheres bobas, inocentes?
Homens gays?

A brincadeira de posicionar as pessoas como números... fazer comparações de beleza, estipular padrões externos, querer sempre mais um... não passa de uma forma de submissão perante a sociedade e busca dos próprios valores.

Homens aproveitadores?
Mulheres fáceis?
Mulheres inocentes?
Homens gays?
Senso comum, não?

Há sensações q todo ser humano necessita e por isso acabamos entrando na brincadeira...

Sensação do afeto, de ser desejado, do carinho e até msmo do amor.

São só sensações... mas gostamos delas!

O negócio agora... é viver de fato esses sentimentos.

Alessandra Rezende

domingo, 13 de junho de 2010

Espero

O que quero, espero.

Futuro tão longe
E é já que lutamos.

Nem sempre o vento deixa as obras sonhadas intactas.
Nem o vento, nem as águas, nem os outros.

Nos sonhos, somos sós.
Na luta, uma.



Alessandra Rezende